Tropicália
Tropicália ou tropicalismo foi um movimento musical, que influenciou outras áreas culturais como: artes plásticas, poesia, cinema.
Em 12 de setembro de 1968, acompanhado pelo grupo Os Mutantes, Caetano Veloso estava tentando apresentar a canção É proibido proibir. Tomates e vaias, discordância na plateia, os artistas no palco de costas para a plateia e a plateia de costas para os artistas. A música, inscrita no 3° Festival Internacional da Canção, fora inspirada pelos grafites que cobriram os muros de Paris na rebelião estudantil de maio de 1968. Ironicamente, a canção prenunciava o início da época em que, no Brasil se tornaria permitido proibir.
Três meses depois daquela apresentação de Caetano com Os Mutantes no Teatro da Universidade Católica, em São Paulo, o general Costa e Silva decretou o AI-5, o ato que permitiria à censura submeter a cultura nacional a uma espécie de lavagem cerebral. Embora atingisse a literatura, o cinema, o teatro e a imprensa, a censura foi especialmente dura com a música. Desde o sucesso mundial da bossa nova, início dos anos 60, a música se tornou a manifestação cultural mais vibrante no Brasil. Com o advento da Jovem Guarda, por volta de 1965, a música entraria na era da cultura de massa e logo se associaria à televisão.
As redes de televisão promoviam festivais como o FIC (Festival Internacional da Canção), neles explodia o choque entre a música de protesto, origem nacionalista e música pop, americanizada e rotulada como alienada.
O que levou o público a vaiar Caetano naquela noite foi o confronto entre a juventude "engajada" e de esquerda e a vanguarda artística que Caetano Veloso e Gilberto Gil representavam. Há uma grande semelhança entre este acontecimento com a primeira noite da Semana de Arte Moderna em 1922, que não foi mera coincidência, quando se sabe que, pouco antes, os dois baianos tinham criado o movimento Tropicalista, releitura pop e hippie da Antropofagia de Mário e Oswald de Andrade. Baseados em tudo o que acontecia de novo e de jovem em um país fervilhante:
É proibido proibir Caetano Veloso
A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as preteleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Tropicália Caetano Veloso
Tropicália ou tropicalismo foi um movimento musical, que influenciou outras áreas culturais como: artes plásticas, poesia, cinema.
Em 12 de setembro de 1968, acompanhado pelo grupo Os Mutantes, Caetano Veloso estava tentando apresentar a canção É proibido proibir. Tomates e vaias, discordância na plateia, os artistas no palco de costas para a plateia e a plateia de costas para os artistas. A música, inscrita no 3° Festival Internacional da Canção, fora inspirada pelos grafites que cobriram os muros de Paris na rebelião estudantil de maio de 1968. Ironicamente, a canção prenunciava o início da época em que, no Brasil se tornaria permitido proibir.
Três meses depois daquela apresentação de Caetano com Os Mutantes no Teatro da Universidade Católica, em São Paulo, o general Costa e Silva decretou o AI-5, o ato que permitiria à censura submeter a cultura nacional a uma espécie de lavagem cerebral. Embora atingisse a literatura, o cinema, o teatro e a imprensa, a censura foi especialmente dura com a música. Desde o sucesso mundial da bossa nova, início dos anos 60, a música se tornou a manifestação cultural mais vibrante no Brasil. Com o advento da Jovem Guarda, por volta de 1965, a música entraria na era da cultura de massa e logo se associaria à televisão.
As redes de televisão promoviam festivais como o FIC (Festival Internacional da Canção), neles explodia o choque entre a música de protesto, origem nacionalista e música pop, americanizada e rotulada como alienada.
O que levou o público a vaiar Caetano naquela noite foi o confronto entre a juventude "engajada" e de esquerda e a vanguarda artística que Caetano Veloso e Gilberto Gil representavam. Há uma grande semelhança entre este acontecimento com a primeira noite da Semana de Arte Moderna em 1922, que não foi mera coincidência, quando se sabe que, pouco antes, os dois baianos tinham criado o movimento Tropicalista, releitura pop e hippie da Antropofagia de Mário e Oswald de Andrade. Baseados em tudo o que acontecia de novo e de jovem em um país fervilhante:
- Cinema novo
- Experimentalismos do Teatro de Arena e Teatro de Opinião
- Ecos da bossa nova
- Jovem Guarda
- Cultura televisiva
- Telenovelas
- Pintura de Hélio Oiticica
- Poesia concretista
É proibido proibir Caetano Veloso
A mãe da virgem diz que não
E o anúncio da televisão
E estava escrito no portão
E maestro ergueu o dedo
E além da porta
Há o porteiro, sim...
E eu digo não
E eu digo não ao não
Eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
Me dê um beijo meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as preteleiras
As estátuas, as estantes
As vidraças, louças
Livros, sim...
E eu digo sim
E eu digo não ao não
E eu digo: É!
Proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir
É proibido proibir...
Sobre a cabeça os aviões
Sob os meus pés, os caminhões
Aponta contra os chapadões, meu nariz
Eu organizo o movimento
Eu oriento o carnaval
Eu inauguro o monumento
No planalto central do país
Viva a bossa, sa, sa
Viva a palhoça, ça, ça, ça, ça
O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga,
Estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente,
Feia e morta,
Estende a mão
Viva a mata, ta, ta
Viva a mulata, ta, ta, ta, ta
No pátio interno há uma piscina
Com água azul de Amaralina
Coqueiro, brisa e fala nordestina
E faróis
Na mão direita tem uma roseira
Autenticando eterna primavera
E no jardim os urubus passeiam
A tarde inteira entre os girassóis
Viva Maria, ia, ia
Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia
No pulso esquerdo o bang-bang
Em suas veias corre muito pouco sangue
Mas seu coração
Balança a um samba de tamborim
Emite acordes dissonantes
Pelos cinco mil alto-falantes
Senhoras e senhores
Ele pões os olhos grandes sobre mim
Viva Iracema, ma, ma
Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma
Domingo é o fino-da-bossa
Segunda-feira está na fossa
Terça-feira vai à roça
Porém, o monumento
É bem moderno
Não disse nada do modelo
Do meu terno
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Que tudo mais vá pro inferno, meu bem
Viva a banda, da, da
Carmen Miranda, da, da, da da, da da da
Caetano Veloso e Gilberto Gil |
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